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Oca
2001
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Casa
das Rosas
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O
Marchand como
Curador
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Atmosferas |
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Uma
das
primeiras
pessoas
que
conheci
no
circuito
das
artes
plásticas
foi
Mônica
Filgueiras.
Essa
amizade,
iniciada
em
1963,
tem
aumentado,
desde
então,
na
mesma
medida
que
o
meu
respeito
pela
sua
atuação
como
galerista
e
"supporter"
de
uma
escuderia
de
excelentes
artistas,
dos
já
estabelecidos
daqueles
emergentes.
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Frequentemente
tenho
me
surpreendido
com
o
nível
dos
trabalhos
de
novos
artistas
que
ela
tem
apresentado
em
sua
galeria.
Coerente
com
a
sua
postura
profissional
e
sensibilidade
pessoal
tem,
periodicamente,
proporcionado
a
tais
artistas
a
oportunidade
para
que
estes
reapresentem
seus
trabalhos
demonstrando
assim
a
sua
evolução.
Atento
a
esses
fatores
é
que
tenho
observado
o
caminho
percorrido
por
Adriana
Banfi,
uma
artista
que
gradualmente
tem
chamado
a
minha
atenção.
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Já
nas
primeiras
aquarelas
que
vi
em
sua
exposição
de
1988,
percebi
sua
inquietação
e
sua
energia
que
extrapolavam
as
imagens
que
usava
como
suporte
para
a
apresentação
cada
vez
mais
constante
de
uma
linguagem
abstrata
que,
quando
permitida,
a
aquarela
pode
proporcionar.
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Dotada
de
estimulante
vigor
e
insaciável
curiosidade,
Adriana
Banfi,
no
decorrer
dos
últimos
anos,
desenvolveu
uma
produção
cujo
produto
insistentemente
conduzia
a
uma
viagem
no
misterioso
universo
abstrato
em
que
agora
se
encontra
imersa
com
surpreendente
familiaridade.
Junto
com
a
esperada
travessia
desta
ponte,
ela
ampliou
seu
campo
de
ação
transportando
criatividade
para
um
suporte
que,
tanto
pelas
dimensões
maiores
quanto
pelo
uso
da
tinta
acrílica,
demanda
uma
expressão
gestual
mais
acentuada
que
há
tempo
vinha
sendo
contida. |
. |
De
origem
italiana,
Adriana
Banfi
tem
viajado
constantemente
fazendo
mostras
de
seu
trabalho,
com
crescente
aprovação
no
exterior.
Ao
apresentar
na
Galeria
Mônica
Filgueiras
esta
série
de
telas,
a
inquietante
artista
deixa
transparecer
o
fruto
desse
intercámbio
cultural
a
que
se
tem
avidamente
exposto.
Em
cada
uma
das
telas
apresentadas,
assim
como
no
conjunto
da
mostra,
o
envolvimento
que
a
artista
tem
com
seu
trabalho
e
o
processo
criativo
dele
decorrente
é
minuciosamente
revelado.
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. |
Como
artista
sempre
curioso
e
sedento
que
sou
por
descobrir
exemplos
novos
de
manifestações
artísticas,
fico
contente
em
observar
a
trajetória
desta
mulher.
Progressivamente
vejo
que
ela
tem
se
envolvido
com
uma
forma
de
expressão
que
a
impulsiona
cada
vez
mais
para
territórios
que
não
hesita
em
explorar.
|
Se
por
um
lado
a
minha
curiosidade
e
atenção
são
provocadas
por
este
mistério
do
desconhecido,
por
outro
lado
me
conforto,
baseado
nos
sólidos
exemplos
agora
apresentados.
Adriana
Banfi
está
construindo
com
crescente
segurançaa
novas
pontes
para
um
correto
desempenho
de
sua
vocação.
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. |
Antonio
Peticov |
1991
-
exposição
"Atmosferas"
-Mônica
Filgueiras
Galeria
de
Arte |
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|
Reflexos
nas águas
da laguna
|
. |
Não
será
esta
a
primeira
vez
que
um
artista
registra
suas
impressões
de
viagens.
Contudo,
Adriana
Banfi
o
faz
de
forma
nova,
visando
o
reflexo
como
tema
de
um
trabalho
amadurecido
e
atual. |
Ela
imprime
uma
ação
de
mestria
no
uso
da
técnica
da
aquarela
para
fazer
surgir
imagens
diluídas,
quase
abstratas,
abstratas
mesmo.
Aí
está
a
metáfora
de
se
poder
sentir
a
sensação
da
figuração,
em
reflexos
que
sugerem
movimento,
ação
e
faz
surgir
os
fragmentos
de
uma
cidade:
Veneza. |
. |
Não
na
sua
inteireza
de
registro,
mas
parte
dela,
através
do
que
ela
tem
de
mais
m·gico:
sua
água
e
sua
cor,
agora
refletida.
|
Se
descobrir
o
que
a
água
reflete
é
a
função
que
o
artista
dá
ao
espectador,
temos
um
todo
em
transparências
que
não
se
esgota
em
si,
mas
na
mágica
de
criar
soluções
formais
ou
informais,
como
contraponto
do
tema
sem
narrativas,
mas
poderoso
pelo
processo
de
expressar
com
obstinação
a
força
de
sua
produção. |
. |
|
Emanoel
Araújo
|
1994
- exposição
"Efeito
Veneziano"
- Mônica
Filgueiras
Galeria
de Arte |
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. |
As
Quatro
Estações |
. |
Adriana
Banfi
atinge
na
sua
pintura
atual
propriedades
que
vem
somando
de
técnicas
experimentadas
anteriormente:
aquarela
e
gravura,
principalmente.
A
artista
quer
fazer
da
cor
uma
entidade
autónoma,
ao
inserir
na
densidade
da
pintura
abstrata
a
transparência
da
aquarela.
Ao
mesmo
tempo,
contrapondo-se
-
ríspida
textura,
fruto
da
rugosidade
da
superfície
da
tela,
Banfi
aproxima-se
de
processos
da
gravura
(incisione),
enquanto
harmoniza
todo
esse
universo
com
um
grafismo
essencial
no
equilíbrio
e
expressivo
no
gesto.
Cada
técnica
traz
em
si
sua
linguagem
subjacente.
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. |
Adriana
Banfi
retira
da
aquarela
a
fluidez
das
transparências;
enquanto
a
gravura
dá-lhe
disciplina,
textura
e
profundidade,
espécie
de
anteparo
ao
melífluo
da
aquarela,
anulando
assim
a
possibilidade
de
uma
dessas
linguagens
sobrepujar
a
outra,
dominando
a
obra.
Ao
contrário,
por
serem
antagónicas
em
suas
propostas,
ambas
se
anulam,
deixando
-
pintura
uma
fenda
para
o
emergir
de
sua
autonomia.
Para
conseguir
esses
efeitos
de
aguada
e
de
textura,
a
artista
emprega
a
tinta
acrílica,
na
qual
pode
realizar
a
témpera
adequada,
ora
tornando-a
mais
fluídica,
em
busca
de
transparências,
ora
densas
rugosidades.
|
. |
Todas
as
artes
querem
ter
a
autonomia
de
linguagem
da
música.
Isto
é,
todas
buscam
ter
uma
linguagem
que
seja
sua
e
só
sua,
sem
qualquer
dependência.
Pintura
é
cor,
e
cor
é,
em
si
mesma,
expressão.
Esta,
uma
descoberta
da
arte
moderna,
revelação
do
impressionismo,
tendo
como
precursores
os
venezianos,
que
já
faziam
a
pintura
refletir
a
luz
ambiental,
j·
na
primeira
metade
do
século
XIX.
Adriana
Banfi
iniciou-se
pelo
impressionismo.
Neste
movimento
deu-se
a
redescoberta
da
cor,
cor
a
plein
air,
a
cor
fenómeno
natural,
imersa
na
luz
atmosférica,
a
Cor-Luz,
cor
realidade
objetiva.
Por
isso,
devemos
ver
a
obra
de
Adriana
Banfi
como
música
visual.
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Às
vezes,
música
de
cámara,
grave,
de
cores
leves
sem
os
ruidosos
metais;
outras
vezes,
música
de
tons
rasgantes,
trazendo
tonalidades
solares
para
o
solo
de
sopros,
deixando
de
lado
as
transparências
dos
sons
de
cravo
bem
temperado,
trocando-as
pelos
agudos
jazzísticos
do
amarelo
e
do
vermelho.
Junte-se
a
tudo
isso
o
grafismo
temperador
de
sua
pintura,
como
se
Adriana
Banfi
riscasse
na
tela
a
pauta
visual
de
um
diário
íntimo.
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Alberto
Beuttenmuller
|
1998
- exposição
"As Quatro
Estações"-
Mónica
Filgueiras
Galeria
de Arte |
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