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Objetos | Esculturas
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Atmosferas
 
Antonio Peticov
 
Reflexos nas águas da laguna
 
Emanoel Araújo
 
As Quatro Estações
 
Alberto Beuttenmuller
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Oca 2001
 

 
Casa das Rosas
O Marchand como Curador
 

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Atmosferas
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Uma das primeiras pessoas que conheci no circuito das artes plásticas foi Mônica Filgueiras. Essa amizade, iniciada em 1963, tem aumentado, desde então, na mesma medida que o meu respeito pela sua atuação como galerista e "supporter" de uma escuderia de excelentes artistas, dos já estabelecidos daqueles emergentes.
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Frequentemente tenho me surpreendido com o nível dos trabalhos de novos artistas que ela tem apresentado em sua galeria. Coerente com a sua postura profissional e sensibilidade pessoal tem, periodicamente, proporcionado a tais artistas a oportunidade para que estes reapresentem seus trabalhos demonstrando assim a sua evolução. Atento a esses fatores é que tenho observado o caminho percorrido por Adriana Banfi, uma artista que gradualmente tem chamado a minha atenção.
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Já nas primeiras aquarelas que vi em sua exposição de 1988, percebi sua inquietação e sua energia que extrapolavam as imagens que usava como suporte para a apresentação cada vez mais constante de uma linguagem abstrata que, quando permitida, a aquarela pode proporcionar.
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Dotada de estimulante vigor e insaciável curiosidade, Adriana Banfi, no decorrer dos últimos anos, desenvolveu uma produção cujo produto insistentemente conduzia a uma viagem no misterioso universo abstrato em que agora se encontra imersa com surpreendente familiaridade. Junto com a esperada travessia desta ponte, ela ampliou seu campo de ação transportando criatividade para um suporte que, tanto pelas dimensões maiores quanto pelo uso da tinta acrílica, demanda uma expressão gestual mais acentuada que há tempo vinha sendo contida.
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De origem italiana, Adriana Banfi tem viajado constantemente fazendo mostras de seu trabalho, com crescente aprovação no exterior. Ao apresentar na Galeria Mônica Filgueiras esta série de telas, a inquietante artista deixa transparecer o fruto desse intercámbio cultural a que se tem avidamente exposto. Em cada uma das telas apresentadas, assim como no conjunto da mostra, o envolvimento que a artista tem com seu trabalho e o processo criativo dele decorrente é minuciosamente revelado.
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Como artista sempre curioso e sedento que sou por descobrir exemplos novos de manifestações artísticas, fico contente em observar a trajetória desta mulher. Progressivamente vejo que ela tem se envolvido com uma forma de expressão que a impulsiona cada vez mais para territórios que não hesita em explorar.
Se por um lado a minha curiosidade e atenção são provocadas por este mistério do desconhecido, por outro lado me conforto, baseado nos sólidos exemplos agora apresentados. Adriana Banfi está construindo com crescente segurançaa novas pontes para um correto desempenho de sua vocação.
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Antonio Peticov
1991 - exposição "Atmosferas" -Mônica Filgueiras Galeria de Arte

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Reflexos nas águas da laguna
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Não será esta a primeira vez que um artista registra suas impressões de viagens. Contudo, Adriana Banfi o faz de forma nova, visando o reflexo como tema de um trabalho amadurecido e atual.
Ela imprime uma ação de mestria no uso da técnica da aquarela para fazer surgir imagens diluídas, quase abstratas, abstratas mesmo. Aí está a metáfora de se poder sentir a sensação da figuração, em reflexos que sugerem movimento, ação e faz surgir os fragmentos de uma cidade: Veneza.
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Não na sua inteireza de registro, mas parte dela, através do que ela tem de mais m·gico: sua água e sua cor, agora refletida.
Se descobrir o que a água reflete é a função que o artista dá ao espectador, temos um todo em transparências que não se esgota em si, mas na mágica de criar soluções formais ou informais, como contraponto do tema sem narrativas, mas poderoso pelo processo de expressar com obstinação a força de sua produção.
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Emanoel Araújo
1994 - exposição "Efeito Veneziano" - Mônica Filgueiras Galeria de Arte
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As Quatro Estações
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Adriana Banfi atinge na sua pintura atual propriedades que vem somando de técnicas experimentadas anteriormente: aquarela e gravura, principalmente. A artista quer fazer da cor uma entidade autónoma, ao inserir na densidade da pintura abstrata a transparência da aquarela. Ao mesmo tempo, contrapondo-se - ríspida textura, fruto da rugosidade da superfície da tela, Banfi aproxima-se de processos da gravura (incisione), enquanto harmoniza todo esse universo com um grafismo essencial no equilíbrio e expressivo no gesto. Cada técnica traz em si sua linguagem subjacente.
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Adriana Banfi retira da aquarela a fluidez das transparências; enquanto a gravura dá-lhe disciplina, textura e profundidade, espécie de anteparo ao melífluo da aquarela, anulando assim a possibilidade de uma dessas linguagens sobrepujar a outra, dominando a obra. Ao contrário, por serem antagónicas em suas propostas, ambas se anulam, deixando - pintura uma fenda para o emergir de sua autonomia. Para conseguir esses efeitos de aguada e de textura, a artista emprega a tinta acrílica, na qual pode realizar a témpera adequada, ora tornando-a mais fluídica, em busca de transparências, ora densas rugosidades.
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Todas as artes querem ter a autonomia de linguagem da música. Isto é, todas buscam ter uma linguagem que seja sua e só sua, sem qualquer dependência. Pintura é cor, e cor é, em si mesma, expressão. Esta, uma descoberta da arte moderna, revelação do impressionismo, tendo como precursores os venezianos, que já faziam a pintura refletir a luz ambiental, j· na primeira metade do século XIX. Adriana Banfi iniciou-se pelo impressionismo. Neste movimento deu-se a redescoberta da cor, cor a plein air, a cor fenómeno natural, imersa na luz atmosférica, a Cor-Luz, cor realidade objetiva. Por isso, devemos ver a obra de Adriana Banfi como música visual.
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Às vezes, música de cámara, grave, de cores leves sem os ruidosos metais; outras vezes, música de tons rasgantes, trazendo tonalidades solares para o solo de sopros, deixando de lado as transparências dos sons de cravo bem temperado, trocando-as pelos agudos jazzísticos do amarelo e do vermelho. Junte-se a tudo isso o grafismo temperador de sua pintura, como se Adriana Banfi riscasse na tela a pauta visual de um diário íntimo.
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Alberto Beuttenmuller
1998 - exposição "As Quatro Estações"- Mónica Filgueiras Galeria de Arte

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Copyright © Adriana Banfi 2002-2014
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